segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Santo Antoninho

Tá no caritó? Jogado para as traças? Ninguém lhe ama? Ninguém lhe quer? Ó, pessoa de pouca fé... Aqui vai a minha contribuição: Os restos mortais de Santo António de Pádua (que não era de Pádua, mas sim de Lisboa) estão expostos para visitação na sua basílica na Itália. Quer saber mais, leia aqui.
Não é mesmo impressionante?! Então, se você encontra-se numa das situações que mencionei acima, ou se é um devoto com o fervor da minha tia Onilda, mexa-se! Não há nada a perder: no mínimo, você vai adquirir um pouco mais de cultura. No máximo,... bem, aí o céu é o limite.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Cicatriz

Há quem acredite que a vida não ofereça riscos. E passam incólumes por ela, vivendo suas vidinhas mais ou menos, e vão morrer de velhice, se não morrerem antes de tédio. Outros, encaram a vida como um enorme desafio, e têm que matar um leão por dia para sobreviver.
Tenho as vezes ataques de egoísmo, e queria que meus amigos todos, e todas as pessoas que eu quero bem ou admiro, vivessem a tal vidinha sem graça, mas sem riscos. Só que aí provavelmente não seriam meus amigos, não seriam admirados e a existência não teria qualquer interesse. Talvez eu nem os amasse tanto.
Enquanto penso nisso, ouço a música no rádio de pilhas do meu coração:
Quem quer viver um amor
Mas não quer suas marcas, qualquer cicatriz?
A ilusão do amor não é risco na areia, desenho de giz
Eu sei que vocês vão dizer
Que a questão é querer, desejar, decidir
Aí diz o meu coração:
"Que prazer tem bater, se ela não vai ouvir?"
Aí minha boca me diz:
"Que prazer tem sorrir, se ela não me sorrir também?"
Quem pode querer ser feliz
Se não for por um grande amor?
("Desenho de Giz" - João Bosco e Abel Silva)
Será que não dá para encontrar um equilíbrio nisso tudo? Qual é o segredo de dosar bem as coisas? Como se faz para morrer de velhice depois de uma vida intensa de amores, plena de motivações, rica de aventuras, aprendizados e sentimentos? Enquanto tento aprender sobre o bom senso, pelejo para sobreviver, mantenho o interesse na vida, me disponho a amar e ser amada, me equilibro na corda bamba,... olho meus companheiros. Ok, Drummond: vamos de mãos dadas. A luta pela sobrevivência me comove. A vida segue deixando sua cicatriz...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Bordado de Tibaldinho

Há muito tempo não postava nada sobre bordados. Mas há uma terrinha (digo "terrinha" sem qualquer conotação pejorativa: é que é uma vilazinha bem pequenina mesmo), perdida nos confins de Portugal, que faz este tipo de bordado característico e de uma beleza bem típica. Estou a falar de Tibaldinho. As bordadeiras de lá funcionam em sistema de cooperativa, e conseguiram projetar seu trabalho para todo o país e exterior. Lembra um pouco o bordado inglês, com seus ilhoses. Só que os ilhoses de Tibaldinho são bem maiores. E ainda têm esse elemento, que são as aranhas:
As aranhas são um tipo de ilhós, bem maior que os outros ilhoses do bordado. São recortes onde são tecidos uma trama toda trabalhada na agulha. Há variadas maneiras, múltiplos desenhos para se tecê-las. Do mais simples ao mais sofisticado. Não é uma belezura?!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Dudu

Tem pessoas que passam a vida toda a se lastimar. Outras, passam a vida toda a sorrir, distribuir camaradagem e espalhar música. Ficar perto delas e não se deixar contagiar pelo seu alto astral é impossível! Obrigada, Dudu, por nossa amizade de 20 anos e por ter enchido a minha vida de alegria. Dançar contigo era só felicidade. Cantar, a mais pura harmonia. Rir e jogar conversa fora, era desafiar a mesmice da vida. Como foi fácil gostar de você! Dudu. Sempre no meu coração.

WWW

Preparem-se! Ao contrário do Brasil, onde o ano só começa depois do Carnaval, o ano aqui já começou! Atenção, porque as postagens regulares estão de volta! E que tal me ajudar com as teias de aranha? Vamos começar por estas aqui? Uma perfeita www (World Wide Web), criada por Shane Waltener.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Esportes radicais - a sequela

Num Inverno destes, é preciso encontrar motivações em dobro para querer ir às aulas. Ainda bem que as escolas daqui sabem disso...
O primeiro trenó a gente nunca esquece! Nem a Carolina vai esquecer: neste dia, as crianças todas deviam levar seu próprio trenó à aula. Era dia de esportes. Esportes de inverno, claro. Foram para uma colina se desembestar ladeira abaixo com seus pequenos aparelhos assassinos. Ela disse que aquilo anda numa velocidade louca! Muitos tombos depois, um torcicolo e muitas dores nas costas, voltou para casa com aquele sorriso indefectível na cara que, por mais que eu lhe esfregue na hora do banho, depois de uma semana ainda não saiu totalmente. Pensando bem, nem sei se isso um dia sai. Afinal, de vez em quando eu ainda diviso no espelho vestígios daquele riso doido que dei há dezenas de anos atrás, enquanto descia desgovernada o asfalto íngrime perto de casa, montada num carrinho de rolimã não menos letal. O sorriso só esmaece um pouco quando lembro que o Jorge, ao comprar o dito trenó, escolheu-o porque suportava um peso de até 100 kg. Daí eu faço as contas: se minha filha só pesa 20 kg, PARA QUÊ UM TRENÓ PARA 100 KG??!!!! Alguém aí quer sugerir no quê meu marido pode estar pensando?!!!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Bolo de aniversário

Meu amigo Lucas me pediu que lhe mandasse um pedaço do bolo de aniversário via blog. Então aí vai: Um bolo para quem acha essa vida a maior viagem! Espero que gostem!

Colibri

Hoje amanheci mais velha. Qual a sensação? Não muito diferente de todos os outros dias, afinal, todos os dias eu acordo um pouco mais velha. E assim a vida passa. E nem sempre a caravana ladra. Entretanto, também acordei naturalmente mais reflexiva. E veio-me à mente aquela letra do Chico:

Não. Não sei se é um truque banal
Se um invisível cordão
Sustenta a vida real

Cordas de uma orquestra
Sombras de um artista
E as bailarinas no grande final

Chove tanta flor
Que sem refletir
Um ardoroso espectador

Vira colibri.

Qual! Não sei se é nova ilusão
Se após o salto mortal
Existe outra encarnação

Membros de um elenco
Malas de um destino
Partes de uma orquestra
Duas meninas no imenso vagão

Negro refletor
Flores de organdi
E o grito do homem voador
Ao cair em si.

Não. Não sei se é vida real
O invisível cordão
Após o salto mortal.


(Chico Buarque e Edu Lobo - O Grande Circo Místico)

Aos 46 anos, tenho consciência de que hoje me doem um pouco mais os ombros. Mas está bem: ontem me doíam as pernas... Assim vou levando a vida, para que a vida não me leve - como prefere o Zeca. Não ainda. Porque quando tanta gente que eu gosto deixa aqui um recadinho, ou liga para me lembrar que continuam de olho na contagem do tempo, eu decido logo: preciso dar continuidade aos meus projetos. Desde os mais banais (como manter minha casa funcional, limpa e aconchegante - é, estou falando de lavar, passar, cozinhar e decorar, sim); passando pelos mais prazeirosos (como continuar mantendo este blog ativo); tratando dos mais úteis (como concluir o livro que estou fazendo junto com um amigo para o centenário de Noel Rosa, com arranjos para coro das suas músicas); assumindo os trabalhos incontornáveis (continuar minhas edições musicológicas); não esquecendo os indispensáveis (como regar os vasos dos amores que tenho plantado vida afora); até aos mais nobres (assumir a educação de um outro ser humano, dar-lhe suporte, ensinar valores, responsabilidades, mostrar-lhe o caminho da felicidade e da diversão conjunta); e para não dizer que não falei das flores, cultivar sempre os amigos (propiciar novos encontros, acarinhar os antigos, zelar daqueles de sempre). Porque se as vezes eu me sinto atarantada e ansiosa com tantos pratos para manter sempre girando...

Por outro, eu me sinto como o espectador do grande circo: não quero adiar nada para outra encarnação, que eu nem sei se há. Aos 46, ainda sinto-me tão encantada com a magia da vida que, se não botar tino na coisa, sou capaz de virar colibri!