segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Mudança de visual

Bem, eu avisei que estava preparando uma mudança no visual do blog... Assustou?

domingo, 30 de agosto de 2009

A fila do escorrega

O Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, é um monumento erigido em homenagem aos grandes navegadores e ao período das viagens de descobrimento, que resultaram na chamada expansão marítima, que daria a conhecer novas terras e novos caminhos pelo globo. Lá estão representados o infante D. Henrique, Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães, dentre outros, além do poeta Camões.

Passávamos de carro bem próximo ao Padrão dos Descobrimentos, quando a Carolina, aos 2 anos de idade, gritou do banco de trás: "Hei! Eu também quero entrar na fila do escorrega!"
Tá bem, tá bem... eu admito: só mesmo uma portuguesinha de 2 anos de idade se prontificaria a ficar horas (na verdade dias, meses a fio... quem sabe anos? Séculos??!!!!) atrás de uma fila de estátuas para escorregar no que pressupôs ser um brinquedo divertido. "Agora é a sua vez, seu Cabral!"

Amiga

Hoje acordei com imensas saudades dessa danadinha. Onde será que anda a Marly? A Carolina disse que nós não podemos ser amigas, já que ela não é do meu tamanho. Ha ha ha ha... Acho que ela queria dizer que a Marly tinha que ser amiga DELA. Tem base?!

sábado, 29 de agosto de 2009

Na porta da escola

_ Então? O que aprendeste hoje na aula?
_ Ué... uma música.
_ Outra música? Mas isso não foi ontem?
_ Sim, mas hoje eu aprendi uma nova música. Sabes? Isso aqui não é uma escola séria. É só uma escola de música!

Não bastasse ser eu uma musicóloga, ainda ter de ouvir isso de uma pirralha de 5 anos?!!! Um dia eu explico para ela a profissão da mamãe... (com um brilho de fel nos olhos) E hei de desencavar essa certeza simples com que me apunhalou o peito. Sim, porque as mães também sabem ser vingativas! (Limpando o veneno do canto esquerdo da boca)...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Campo de girassóis na base da confiança

A caminhada matinal me revela algumas belezas. Ontem deparei-me com esse campo de girassóis. O bacana aqui onde eu moro é que existe o hábito de se plantar flores de diversos tipos (não só girassóis), e depois, quando estão floridas, no ponto de colher, qualquer pessoa pode ir lá e apanhá-las para levar para casa. Há sempre um cofrinho ou caixa com o custo de cada flor. Você compra flores de ninguém (ou alguém, sei lá).Basta você colocar lá as moedinhas, e escolher o que quer e manter os vasos da casa floridos. Pasme: não há ninguém no raio em que a vista alcança. E todo mundo lá vai e coloca as moedinhas quando quer as flores. Não é legal? É tudo baseado na cidadania, na confiança e no livre arbítrio. Adoro isso!
Neste caso, cada flor de girassol custa CHF 1,20 (Um franco suísso e vinte rappen), ou R$ 1,80(um real e oitenta centavos), ou ainda € 0,80 (oitenta cêntimos de euro). É muito mais barato que no supermercado ou na floricultura.

Vou hoje buscar umas flores noutro lugar aqui próximo. Mesmo sistema, flores diferentes, de cores sortidas. Depois eu posto aqui.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Num supermercado na Alemanha, este pequeno objeto ficou a olhar para mim:

Claro, e eu olhando para ele. Porque se há algo que me intriga é não saber para que serve uma coisa de aparência assim tão simples. Fiquei matutando, matutando... até descobrir. Não, não tinha manual, explicações e, mesmo que tivesse, sabe como é: meu alemão não anda lá grande coisa. Ah! Estava no setor elétrico de coisas para a casa.

E agora passo a lhes contar para que serve essa invenção genial: para enrolar cabos de eletrodomésticos e outros instrumentos do tipo. Se há algo que me chateia, são aqueles montes de fios que ficam pendendo da torradeira, do liquidificador, da batedeira... enfim...

Como funciona? É simples:

Passa o cabo pela junção dos dois buracos (o interior é oco) e gira, um para cada lado. Cada metade gira no sentido oposto da outra.

E já está. O fio fica todo enrolado lá dentro, sem incomodar em nada e a cozinha fica mais organizada. Para usar o eletrodoméstico, é só puxar o plugue e ele se desenrola facilmente. Que tal?

Pamonha, pamonha, pamonha...

Ao olhar pela janela e ver o imenso milharal, pensei:
Obaaaaa!!! Este ano vai dar muita pamonhaaaaaa...




Uia, que essa boneca é das ruivinhas!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Senhóri, senhôri, põe a mão no chão

Andava aquela menina louca para aprender a pular corda. Acionei minha amiga Dulce, que é a única pessoa que eu tinha certeza que ainda saberia aquelas lengalengas todas para se dizer enquanto salta a corda. Ela me deu as dicas que eu precisava. Mas...

A corda que eu havia comprado tinha dois problemas graves: era muito leve e muito comprida para o tamanho dela e se enroscava toda na hora do exercício. Então, não tive dúvidas: mãos à obra! Nada como a velha e boa corda de sisal.

O problema do sisal, é que ainda tenho vivas na lembrança as bolhas que me faziam na mão depois de um dia de muita peleja. Precisava colocar algo mais macio para não ver a Carolina desanimar logo de cara. Fiz então uns pegadores acolchoados.


Depois de colocar um pouco de manta acrílica em volta, revesti com um tecido de algodão com florzinhas que ela mesma escolheu.


Prendi tudo muito bem, passando a linha várias vezes pelo meio da corda, para não ter perigo de escapar. Só que faltava um acabamento qualquer...


Resolvi colocar aquele tipo de viés que tem um dos lados mais gordinho, dando o acabamento com cola quente, além da agulha e linha (claro, e dedal, porque eu não sou besta!).

Não é que deu certo?! A corda mais pesada é mais fácil de controlar. Ela saiu saltando de primeira. Agora, tenho mais um tempinho de descanso enquanto ela descobre as artes de pular corda recitando ladainhas. Criança dá uma trabalheira!!! Fiu!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Podia ser a logomarca do blog

Faz de conta que aconteceu assim:

Eu pedi ao genial Peter Callesen que criasse para mim uma logomarca para o meu blog. Daí, no dia seguinte, ele me ligou, combinamos de almoçar juntos, e ele me mostrou em que pensara:

Fiquei estupefacta com sua capacidade de traduzir assim "O rastro do Caracol". É isso mesmo! As pegadas que deixo por aí...

Desde então tornei-me sua fã incondicional e temos sido bons amigos.

hehehhehehehe Ok, ok... não foi nada disso. Isso nunca aconteceu. Mas o cara existe, seu trabalho é fantástico e eu o encontrei numa destas muitas incursões pela net. Só não adquiro sua pegada caracolística para o blog, porque... digamos assim... resolvi desligar-me dos valores materiais dessa vida (leia-se: não tenho grana), o que não me impede de aplaudir. Se você quiser ver mais, é só procurar no site:

http://www.petercallesen.com/

domingo, 23 de agosto de 2009

Dublê de Anjo

Ontem assisti a um DVD lindo: uma verdadeira elegia ao mundo dos dublês de cinema. Tão romântico, tão poético, que parecia um outro Cinema Paradiso. O título em português do Brasil é o que dá o título ao post.Para quem aprecia a arte do Cinema, vale a pena ver e se emocionar. Mais não conto.

A um passo da animação

Carolina, na última semana, produziu montes de desenhos novos. Como já sabem, eu sou a fã número um, assumida. Adoro a maneira que ela desenha o Mickey de memória e sua iniciativa de redesenhar todos os DVDs que assiste. Os desenhos seguintes são todos referentes ao filme "Os 3 mosqueteiros", da Disney:
Ela me explicou que o Mickey tava subindo uma escada para depois saltar lá de cima e se agarrar na lua, ou no sol, sei lá... Veja a seta indicando o sentido da ação. O gordo, essa figura redonda que aparece no meio, é o João Bafo de Onça. Esse outro à esquerda, cheio de botões e bolsos e um chapéu meio marinheiro (lembra o do pato Donald), segundo ela é um general de barco. Agora, observe o elemento mais à esquerda, que está desenhado em baixo desse primeiro desenho...
Aqui ela fez o tal general mais detalhadamente. Ele parece usar um pince-nez. Haja botões e bolsos! Ah! O tal elemento volta a aparecer, agora no lado direito inferior.
Estou a falar desse elemento aqui, reparem:

Perguntei para ela o que significava, e ela me disse que era para indicar que havia uma música tocando nessa hora.
_Que música, Carolina?
E ela pôs-se a cantar uma música bem animada.
Daí, eu percebi que, sem sombra de dúvida, ela pensava nos desenhos com uma ação, com movimento, som e tudo que tinha direito.
Veja outros desenhos que fez nessa semana:
O Mickey, o Pato Donald e o Pateta.
A rainha Minnie em seu barco.
(Ela me pediu para escrever o que ela ia dizer naquela faixa laranja.)
A Minnie a fugir numa carruagem puxada por um cavalo, e o Mickey atrás para a proteger.
Bem... foram muitos os desenhos! Ela produziu tanto, e eu nem sequer consegui scannear todos ainda. Vou colocando-os aos poucos, selecionando os mais interessantes.
Mas o mais grave foi quando ela veio me perguntar como eram feitos os desenhos animados. Aí, eu expliquei-lhe mais ou menos, dentro de uma linguagem que ela pudesse ter alguma noção, pela sua tão pouca idade.
Então ela me disse que decidira o que ia ser quando crescer: desenhista de desenhos animados. E a justificativa era muito simples: "porque as crianças A D O R A M desenhos animados!"
ehehehhehe. E eu também!
Terminamos nossa conversa comigo a prometer-lhe arranjar um programa para ela tentar fazer uma animação simples no computador. É mole?!!! A Carolina parece que nasceu no ano 2.600! Tô aqui dando um upa para tentar acompanhá-la...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

DKW 2

Ah-há! Eu não disse que a gente teve outro DKW cor de beringela?!!! Taí a prova.

Longa vida à porcelana

Criei para o meu irmão esse conjunto em porcelana com pintura exclusiva. O presente foi para o casal. Minha cunhada é tão bacana, que resolvi inventar uma forma de chantagem que o desencorajasse a ao menos pensar em se separar dela um dia: como o jogo de porcelana é para os dois, se eles se separarem, cada um ficará só com metade do serviço. Quem é que quer um aparelho de jantar incompleto, não é? A Stefania é uma menina muito fixe, como dizem os portugas, mas meu irmão morre de medo de casamento e coisas muito definitivas, como os homens brasileiros. heheheheh Então eu dei meu empurrãozinho. Aliás, ninguém melhor do que ela para portar com elegância esses brincos de princesa!



quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Bordado Mallorquín

Mais uma obra em andamento: estou fazendo essa toalha para a minha mesa de jantar. Já tem muitas horas de trabalho em cima e, se tudo correr bem, ela há de ficar pronta para o jantar das minhas bodas de ouro de casada!! Faltam só 40 anos! Tenho certeza de que até lá ela estará concluída.

Pensando bem, acho que era melhor juntar mais 3 artesãos e aí cada um pega numa ponta e vai bordando... O que acha? Não quer me ajudar?



Um dedal de prosa

Maria Adelaide, professora de bordado na Associação dos Artesãos da Região de Lisboa, foi quem me introduziu na arte de usar um dedal. Parece bobagem, não é? Mas veja se uma coisa destas tem ou não sua ciência : Eu já dava minhas alfinetadas e agulhadas com o muito que aprendera com minha mãe. Contudo, eu nunca havia usado um dedal. Não me sentia bem, sei lá... Sentia-me amarrada, perdia a sensibilidade e outras muitas desculpas que arranjava para nunca ter tido jeito com a coisa. Nem via assim tanta utilidade nesse minúsculo acessório. Achava que não me fazia falta. Enfim...

Fui tentando com jeitinho e não foram poucas as vezes que o danado me caíra da mão. Aí ela percebeu logo o problema: eu não puxava a agulha para mim, e sim, empurrava-a. A posição estava completamente errada. Ensinou-me que devíamos trazer sempre a ponta da agulha em direção ao nosso corpo e não empurrá-la em sentido oposto.



Assim, o topo do dedal deveria ser usado, e não as laterais, como eu estava fazendo. Disse-me que eu costurava como um alfaiate. Fiquei a pensar naquilo... Devia encarar como uma ofensa ou um elogio?

Bem... eu nunca soubera disso: os homens costuram de um jeito, as mulheres de outro. Ela então me explicou que por isso o dedal dos alfaiates era aberto no fundo. Eles não usavam o topo do bichinho, ao contrário das mulheres. Claro... eu já vira muitos dedais abertos pela vida afora, mas pensava que era só uma questão de escolha, ou simpatia. Que nada!

Você já tinha reparado nisso?!

Veja bem como é o dedal dos alfaiates:


E desses outros tipos aqui, que são abertos num dos lados? Já entendeu para que servem?

Isso mesmo! Servem para quem quer manter as unhas compridas! A costureira pode utilizar a polpa do dedo protegida, e manter suas lindas unhas! ehhehehehe

Quanta novidade num mundinho que me parecia tão pequeno e já predefinido!

E foi tentando encontrar mais dados sobre o assunto que descobri o quão pouco há disponível sobre isso. Há uma maneira tradicional de se iniciar no ofício de alfaiate: geralmente, prende-se o dedo médio à mão, para condicionar a empunhar corretamente a agulha e o dedal.

No site http://www.englishcut.com/archives/2005_11.html tem um bom truque, detalhado e ilustrado. Foi de lá que eu tirei essa imagem que mostra exatamente como fica a posição da mão do alfaiate:

Descobri que a profissão de alfaiate é uma profissão em vias de extinção, que dedais estão em desuso, quase que viraram apenas artigos para colecionadores. Umpf! Dedais estão em desuso?!!! Por acaso furar o dedo está em desuso?!!!

Acho que o que anda em desuso é a cérebro das pessoas! Cada vez menos gente sabe usar um dedal, mas no fundo, no fundo, todo mundo tem uma linha e agulha em algum cantinho da casa para acudir um botão que cai, uma bainha que despenca. Mal e porcamente. Mas, no geral, todos têm. Ou não? Será que ando tão fora do planeta assim? Então, moçada, 'mbora comprar dedal para resguardar os dedinhos! Até porque "a costureira, sem dedal, cose pouco e mal".

Bom, mas nessas minhas divagações eu reencontrei também o Museu da Pessoa, com histórias lindas sobre antigos alfaiates, e antigas profissões. Emocionante! Já foi lá? Não? Então vá:
http://www.museudapessoa.net/

Ah! E se um dia alguém quiser me dar o mais lindo presente do mundo, olha aí uma sugestão:


Uau!!! Estojos para dedais!... para pendurar no pescoço! Lindeza!!!!