Este poema da Adélia Prado sempre me comoveu:
VEROSSÍMIL
Antigamente, em maio, eu virava
anjo.
A mãe me punha o vestido,
as asas,
me
encalcava a coroa na cabeça e
encomendava:
"Canta alto, espevita as palavras
bem."
Eu levantava vôo
rua acima.
Eu também já fui anjo de procissão e espevitei bem as palavras, cantando alto.
Que saudades desse momento tão único em Ouro Preto! Era o ano da graça de 1999.
Regi a Missa em Fá, de Lobo de Mesquita, que o Coral Cidade de Uberaba e o Coro Municipal de Uberlândia cantaram juntos. Depois, galgamos o tapete da Semana Santa como um séquito de Querubins ladeira acima. Nem foi preciso asas para sentir a alma roçar as nuvens...
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