quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Não pula!

A Carolina sempre foi um poço de erudição.
Com apenas 2 anos de idade ela já me dava "bailes" no uso do português correto.
Um dia, brincávamos juntas na piscina com um pequeno tubarão de borracha, eu lhe perguntei:
_ Carolina, onde está o tubarão?
_ Pu-lo na água, mamãe.
_ Não pula, Carolina. A piscina é funda, tu vais beber água. Cadê o tubarão, filha?
_ Pu-lo na água, mamãe.
_ Não pula, filha. É perigoso. Onde está o...
Bem... poderíamos ter passado a tarde toda nos desentendendo se, de repente, eu não me desse conta de que ela estava a dizer "pu-lo" (colocar o objeto) e não "pulo" (salto).
Também... quem é que ia imaginar que uma garotinha assim tão pequenina iria utilizar formas tão elaboradas de falar?! Em que página do manual isto estava escrito? Ai, meu São Camões, me acode!

2 comentários:

Anônimo disse...

Pois está de parabéns a sua erudita infanta que com dois anos de idade conjuga o verbo na perfeição. Fique sabendo que muito português adulto teria dito:"pusio". Sou testemunha que o pai da criança leu os clássicos todos e a Carocha talvez tenha apanhado esse gene paterno. Gostei de vos ver aqui na capital do Império e, especialmente, que tu tenhas apreciado as "portuguesisses" de que muitos de nós nos orgulhamos. Aproveito ainda para te dizer que acho o teu blog girissimo. Que a minha mãe adorou as rendas e que consegues falar com elevação das coisas domésticas. Beijos e abraços da vossa amiga Gena

Rejane Paiva disse...

É, Gena. O eruditismo da minha infanta só pode ser herança genética do pai! Também gostei muito de revê-los, mas soube-me a pouco. Deu-me saudades daqueles bons papos regados a música da melhor qualidade. Temos que nos encontrar com mais tempo. Quando vêm por aqui?
Beijos