sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Agora Inês é morta

Você sabe de onde vem essa expressão? Vem da lenda de Pedro e Inês e é usada no sentido de que já é tarde demais para algo. Eu sempre ouvira essa frase, sempre entendera seu sentido, mas não conhecia a história que dera origem a ela. E só vim entender seu significado mais profundo quando estive no Mosteiro de Alcobaça, em Portugal.

Vista parcial da fachada do Mosteiro de Alcobaça

Neste mosteiro estão os restos mortais de D. Pedro I, o cruel/ o justiceiro/ o vingativo, e Inês de Castro. Mas atenção que este não é o nosso (brasileiros) D. Pedro I: O nosso, em Portugal é D. Pedro IV. O D. Pedro de que falo, foi o 8º rei de Portugal e assumiu o trono em 1357.

Nave central da Igreja

Pois é... hoje apeteceu-me falar de amor...

Quando foi casar-se com D. Constança, de Castela, num daqueles muitos casamentos arranjados, ele acabou por se apaixonar perdidamente pela aia da rainha, Inês de Castro. Resumidamente: mantiveram uma tórrida relação, tiveram filhos inclusive, e mais tarde, quando a esposa legítima morreu, D. Pedro quis casar-se com ela. No entanto, seu pai - D. Afonso IV, não aceitava essa ideia e, tendo em mente outro tipo de casamento para o filho, mandou matá-la, já que Pedro recusava-se a qualquer outra união. Louco da vida, Pedro descobriria os nomes e mandaria punir com requintes de crueldade aqueles que executaram sua amada. Por isso era chamado "o Justiceiro/O cruel". Dois anos depois, quando assumiu o trono, D. Pedro mandou desenterrar Inês e assim morta e já em decomposição, fê-la coroar rainha. As pessoas tiveram que saudá-la num cortejo mórbido e aclamá-la. Dizem que a cerimônia do beija mão foi das coisas mais tétricas e macabras que já se viu, e que ainda hoje povoa o imaginário popular.

Rótulo de caixa de cigarros

Mandou construir estes dois túmulos estupendos em Alcobaça, para que ela fosse enterrada e juntou-se a ela em 1367. Finalmente juntos!

Túmulo de D. Pedro I

Detalhe do túmulo de D. Pedro I
Detalhe do túmulo de D. Pedro I
Detalhe do túmulo de D. Pedro I

O amor lendário de Pedro e Inês pode ser encontrado na literatura, até mesmo em Os Lusíadas, de Camões, no teatro, no cinema e já virou até mesmo ópera. Não precisa ir muito longe: veja só que riqueza de arte nestes dois túmulos:


Túmulo de Inês de Castro
Detalhe do túmulo de Inês de Castro

Detalhe do túmulo de Inês de Castro
Resquiat In Pacem!

Linda história, não? Se quiser saber mais, dá uma busca na net e você vai descobrir montes de coisas sobre esse assunto. As fotos, foram gentilmente roubadas do meu irmão Ricardo, que fotografa muito bem. Ah! O Ricardo não queria que eu as postasse no blog?! Ih! Sinto muito... agora Inês é morta!

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