terça-feira, 8 de setembro de 2009

Vou lembrar o Síndico

Acabei de ouvir o comovente audiolivro que conta a vida do Tim Maia. Chama-se Vale tudo, e foi escrito pelo Nelson Motta. Lá pelo último capítulo, comecei a adiar a escuta. Geralmente é o contrário: quando o fim se aproxima, eu acelero a leitura, os acontecimentos vão se precipitando e não se consegue parar de ler ou ouvir. Nesse caso, eu fui ficando tão mais apaixonada pelo personagem que, pressupondo que a biografia só podia terminar com sua morte, fiquei tentando retardar esse momento. Como se assim pudesse salvá-lo.

Lembrei-me que numa exposição em 1994 eu havia lhe feito uma pequena homenagem. Este foi o único trabalho que me restou e o tenho ainda hoje em casa.

Essa exposição falava da degradação urbana, com seus grafites, seus cartazes do tipo lambelambe, suas alterações e acrescentes introduzidos pela própria população... enfim... o quanto nós contribuíamos para enfeiar nosso meio urbano. Mas na hora de escolher um falso cartaz para colar na obra, eu pensei em citar um músico que eu realmente gostasse de ouvir. Não queria fazer propaganda de um músico que eu não gostasse. Resolvi inserir no trabalho uma pista de um som que eu achasse bacana. E eu andava apaixonada pelo Síndico Tim Maia. E nas noitadas, juntava-me aos amigos para dançar e 'interpretar' com gestos as suas músicas. Era uma delícia!

Agora, passados 15 anos, depois de conhecer um pouco mais da sua vida, eu o acho ainda mais bacana. E gosto infinitamente da sua música. Sua interpretação da besta em O Grande Circo Místico, de Chico Buarque e Edu Lobo, é uma contribuição antológica para a Música Popular Brasileira. Para não falar de tantas outras.

Grande intérprete, grande compositor, swing incomparável,... melhor para dançar não há.

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