Eu dava aulas de canto para uma garotinha maravilhosa chamada Ylana. Tinha 7 anos naquela época. Deixei-a sugerir o tipo de repertório que gostaria de cantar, para fisgá-la desde o primeiro instante. Ela disse que, "apesar de cantar muita bossa nova por influências de papai" (adorei!), preferia Caetano Veloso. Perguntou se podia cantar "O Leãozinho", ao que eu anuí prontamente.
Sabem qual é essa música, não?
Gosto muito de te ver, leãozinhoCaminhando sob o solGosto muito de você, leãozinhoPara desentristecer, leãozinhoO meu coração tão sóBasta eu encontrar você no caminho.Um filhote de leão raio da manhãArrastando o meu olhar como um imãO meu coração é o sol, pai de toda corQuando ele lhe doura a pele ao léu.Gosto de ficar ao sol, leãozinhoDe te ver entrar no marTua pele, tua luz, tua jubaGosto de ficar ao sol, leãozinhoDe molhar minha jubaDe estar perto de você e entrar no mar.
Algumas aulas depois, logo depois do aquecimento, eu lhe perguntei por qual música queria começar. E ela disse-me:
_ A música do Léo.
Eu, maluca, corri mentalmente todo o repertório para ver se estávamos a cantar qualquer coisa do Léo Jayme, ou outro assim... Será que estava tão confusa a esse ponto?! Não... não tinha nenhum Léo no repertório... Então lhe perguntei:
_ Que Léo, Ylana?
_ Ora... o leãozinho.
_ Ué... você arranjou um apelido para o leãozinho, foi?
_ Não, oras. É o nome dele (com toda a segurança do mundo). Ele se chama Léo.
_ Como foi que você descobriu isso?!
_ Está na música!
_ Onde (revirando toda a letra para encontrar a pista)?
E ela então cantou a plenos pulmões:
«(...) Quando ele lhe doura o pé, Leão Léo».
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